Máscaras podem provocar acne, irritação, rosácea: veja como cuidar da pele em tempos de pandemia

Uma pesquisa publicada no jornal “American Academy of Dermatology” mostrou que cerca de 83% dos profissionais da saúde que atuaram na linha de frente contra o coronavírus em Hubei, na China, relataram sofrer com o aparecimento de acne no rosto. Cerca de 70% também relataram pele seca e descamação na região do rosto coberta pela máscara. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o uso de máscaras faciais, medida necessária para conter a transmissão do coronavírus, pode causar ou piorar problemas de pele como a acne, secura e inflamações. “A oclusão [abafamento] pela máscara pode levar a um quadro inflamatório e aumento da secreção sebácea, o que pode causar a acne. Em alguns casos, pode causar dermatite seborreica [condição que causa vermelhidão, irritação e oleosidade da pele] ou até rosácea [doença que causa avermelhamento da pele do rosto]”, explica a dermatologista Sylvia Ypiranga, do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cosmiatria é uma área da dermatologia voltada para o tratamento e prevenção de problemas de pele. O fato é que a acne causada pelo uso da máscara facial tem sido tão comentada nas redes sociais durante a pandemia que ela ganhou até um apelido: “Maskne”, “termo derivado do inglês Mask’s acne, que em tradução literal significa: a acne causada pela máscara”, explica o médico dermatologista Gustavo Moreira Amorim, membro da SBD. Aproveitando o momento, algumas marcas de cosméticos internacionais começaram a produzir produtos para prevenir a “Maskne”. Mas, segundo os dermatologistas ouvidos pelo G1, uma boa limpeza diária da pele, seguida de hidratação, podem ajudar. Cuidados com a pele Lavar o rosto com sabonete adequado a seu tipo de pele (oleosa, seca, mista ou normal) 2 vezes ao dia A pele deve estar sempre limpa e seca antes de colocar a máscara Para peles oleosas, Amorim indica o uso de um sabonete facial à base de enxofre Hidratar o rosto com um creme próprio para a região facial e de acordo com o seu tipo de pele antes de colocar a máscara ajudará a evitar o atrito e pressão Para peles oleosas, deve-se aplicar géis a base de silicone antes de colocar a máscara. “O produto é útil para a formação de um filme de proteção da pele”, explica Ypiranga Não passe maquiagem quando usar a máscara para não piorar a obstrução dos poros-Evitar a lavar o rosto com água quente, etanol ou produtos irritantes, como limpadores faciais Ypiranga também indica que é essencial retirar todos os resíduos da máscara caseira ao higienizá-la, para que o produto utilizado na lavagem não permaneça na máscara, levando a dermatites. Não piore o atritoA máscara facial, independentemente do tipo de material que é feita, pode causar um tipo de acne conhecida como mecânica ou oclusa, que ocorre, segundo Amorim, “pelo atrito, fricção obstrução e/ou abafamento da pele”. Por isso, para não aumentar o atrito entre a máscara e a pele, o dermatologista recomenda que, uma vez colocada a máscara, a pessoa não deve retirá-la com frequência para falar, comer ou beber algo, assim como não deve ou coçar ou tocar o rosto. Para tratar a acne oclusiva, Amorim indica produtos dermatológicos a base de ácido salicílico ou peróxido de benzoíla, “mas somente após avaliação individualizada feita por um médico dermatologista”, diz. Condições cutâneas que podem ser agravadas, como a dermatite seborreica, rosácea e outras dermatites, devem ser diagnosticadas e tratadas por dermatologistas. Se a pele já estiver machucadaA Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou um documento com dicas para prevenção e cuidado da pele para os profissionais de saúde que utilizam os Equipamentos de Proteção Individual, como óculos, máscara e luvas cirúrgicas. Para quem já estiver com a pele lesionada, o documento indica: Evitar limpeza facial com água quente, etanol 70-75% ou limpadores faciais Após limpeza do rosto, aplicar nas dermatites de contato leves umectantes Após usar a máscara, aplique sobre as lesões compressas com 3 a 4 camadas de gaze umedecida com água fria ou solução salina 0,9% por cerca de 20 minutos a cada vez a cada duas horas Logo após as compressas, passe um hidrante facial próprio para sua pele Estresse e acneVale lembrar que o aumento da acne no rosto dos adultos durante a pandemia não é decorrente somente do uso de máscaras. Segundo os dermatologistas, há também o fator emocional. “A situação de insegurança e mudança de rotina gerada pela pandemia leva ao estresse, o que aumenta a produção de cortisol, hormônio que pode levar ou piorar um quadro de acne”, explica a dermatologista Ypiranga. Amorim aponta que a acne não é algo tão simples de ser resolvida, pois pode ser causada por inúmeros fatores, desde um estímulo mecânico, como o fator emocional. “O estresse emocional pode atuar por meio de um desbalanço hormonal, terminando por aumentar a oleosidade na pele, favorecendo a formação de espinhas, além de atuar como gatilho em vias imunológicas inflamatórias, também importantes para o desenvolvimento de acne”, aponta Amorim. Por isso, o médico orienta sempre procurar um dermatologista e não se automedicar, principalmente neste momento de pandemia, pois somente um profissional saberá identificar o efeito causador da acne ou da dermatite.
Excesso no uso de álcool em gel pode causar dermatite nas mãos

Nestes dias em que lavar as mãos com frequência e usar o álcool em gel é palavra de ordem, a dica é manter a moderação até mesmo na hora da higiene. Pele dos dedos descamando, vermelhidão e até coceira podem ser indícios de dermatite de mãos, desencadeada por vários processos, entre eles o contato excessivo com substâncias como álcool em gel, produtos…
Coronavírus pode fazer o cabelo cair?

Para muitas pessoas que se infectam com o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o sumiço do agente infeccioso da circulação não representa necessariamente o fim dos problemas. Vários sintomas podem persistir ou até mesmo dar as caras após a recuperação da Covid-19. Um deles é a perda de cabelo. Essa queixa apareceu em um levantamento americano conduzido pela Escola de Medicina da Universidade Indiana e pela Survivor Corps, um grupo de sobreviventes do Covid-19 que busca aumentar a compreensão sobre a doença e impedir a disseminação do vírus. Cerca de 1 500 pacientes que sofreram com sintomas por semanas e até meses participaram da investigação. “Um estudo recente do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] identificou 17 sintomas persistentes da Covid-19, mas nossos participantes reportaram 98 de longo prazo”, comentou a professora de Medicina Natalie Lambert, uma das responsáveis pelo levantamento, em comunicado à imprensa. Ela informou que surgiram relatos de dor nos nervos, dificuldade de concentração e para dormir, visão embaçada e… queda de cabelo. A médica Ana Carina Junqueira, tricologista à frente do IBEMC – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisa em Medicina Capilar, conta que a perda dos fios atinge aproximadamente um terço dos indivíduos que receberam o diagnóstico de Covid-19. “E ela tem ocorrido após quadros graves, leves ou mesmo assintomáticos”, revela. Quem também tem percebido esse impacto no dia a dia é a dermatologista Leila Bloch, de São Paulo: “Trata-se de uma queda acentuada, similar à observada em outras viroses, como zika e chikungunya”. Possíveis explicações De acordo com Ana Carina, a hipótese mais aceita até o momento é que a infecção pelo novo coronavírus desencadeia um distúrbio chamado eflúvio telógeno, no qual os fios que estão crescendo passam para a fase da queda precocemente. “Ele pode acontecer por vários motivos, entre eles infecções e estresse psicológico”, aponta a médica do IBEMC. Ou seja, dois fatores presentes na vida de quem contraiu a Covid-19. O resultado é uma espécie de colapso no organismo, capaz de culminar na alteração do ciclo capilar.CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE Leila nota ainda que, quanto mais intensa a febre apresentada pelo paciente, pior para as madeixas. Nesse contexto, há aumento na liberação de algumas substâncias ligadas à inflamação. “Isso faz o cabelo cair”, explica Leila Bloch, que também é autora do livro Fio a Fio (clique aqui para comprar). Ela não descarta também a possibilidade alguns medicamentos utilizados no tratamento da Covid-19 contribuírem para a queda. Novos estudos, já em andamento, devem ajudar a elucidar o quadro. Quem sofre mais com a queda de cabelo: homem ou mulher? Ainda não dá para cravar em qual sexo a queda é mais intensa. “Devemos considerar que o impacto psicológico da queda costuma ser maior entre as mulheres”, analisa Ana Carina. “E elas geralmente têm fios mais compridos. Por isso, notam com mais facilidade quando estão caindo em excesso”, acrescenta. Tem solução para esse sintoma do coronavírus? Em primeiro lugar, é importante frisar que o tal eflúvio telógeno é temporário – só que é preciso ter paciência. “O fio é recuperado, mas com um atraso de três a seis meses”, avisa Leila. Enquanto isso, nada de relaxar na lavagem do cabelo – por mais que ele caía durante a limpeza. “A orientação é lavar todo dia e usar xampu de controle de oleosidade. Assim, há diminuição da inflamação do couro cabeludo”, ensina a dermatologista. Leila ressalta ainda que muitos pacientes que tiveram a Covid-19 citam uma sensibilidade aumentada no couro cabeludo, conhecida como tricodínia. “E há xampus específicos para esses casos”, nota. Por essas e outras, ao perceber alterações nos fios, o ideal mesmo é buscar um especialista no assunto. Além de indicar as melhores práticas, Ana Carina diz que ele vai se certificar de que não há outra disfunção capilar envolvida ou qualquer fator capaz de agravar esse distúrbio do ciclo. Assim, evita-se uma queda maior e mais duradoura. “E há tratamentos para ajudar o cabelo a crescer mais rápido. Podemos indicar loções, xampus, vitaminas, nutracêuticos e até medicamentos”, acrescenta Leila.
Produção de vitamina D não é prejudicada pelo uso do protetor solar, diz pesquisa

Dermatologista ressalta que a síntese da substância depende de doses muito baixas de UVB em pequenas áreas do corpo, que podem ser absorvidas até através de roupas levesA vitamina D é essencial para o sistema imunológico, gastrointestinal e para a saúde dos ossos, e a forma mais fácil de metabolizar a vitamina, que está presente em alguns alimentos…